Infelizmente
uma verdade...
Jamais
devemos esquecer de que o que é falado para amigos, conhecidos, familiares ou
até a assistência de um terreiro, também por nós deve ser praticado. De nada
serve falar em pureza, na luz, e no branco se queremos viver sujos, no escuro e
enredados...
Entre todos
os terreiros espalhados por este país e pelo mundo, podemos encontrar casas
cheias de “médiuns”, todos, ou quase todos, presentes no dia de sessão, afim de
cumprir, por mais uma vez sua missão. Entretanto, podemos
identificar facilmente dois grandes grupos de Umbandistas:
O UMBANDISTA
VERDADEIRO e O UMBANDISTA DE FIM
DE SEMANA.
Apesar de
ser impossível verificar apenas na aparência em qual grupo determinado médium
se encontra, as atitudes, os pensamentos, a preparação do adepto deixa claro
sua classificação. Essa classificação deve ser feita intimamente por cada um
que se diz “Umbandista”, colocando em uma balança seus atos.
Mas,
genericamente, podemos defini-los dessa forma:
O UMBANDISTA
VERDADEIRO, não deixa de ser umbandista quando os atabaques do terreiro
silenciam. Ele continua vivenciando sua religião mesmo fora do templo sagrado.
Pois sabe que é aqui fora que se deve por em prática todo o ensinamento dados
pelos guias na sessão.
O UMBANDISTA
DE FIM DE SEMANA, além de reclamar da duração do trabalho, pois é cansativo
ficar em pé algumas horas a cada semana, ou a cada quinze dias, deixa de ser
umbandista com o término dos trabalhos. Não vê a hora de ir embora e voltar
para sua rotina habitual. Quando indagado sobre sua religião, tem vergonha,
esconde, mente ser de outra, e não faz questão nenhuma de por em prática aquilo
que aprendeu.
O UMBANDISTA
VERDADEIRO é aquele que se orgulha de sua religião, não teme assumi-la
publicamente, ou ajudar aquele que precisa. É aquele médium interessado, que
sempre busca aprender mais, questionar mais, buscando compreender melhor como
funciona sua religião e a espiritualidade.
O UMBANDISTA
VERDADEIRO tem amor à sua casa religiosa, pois entende que é nesse solo
sagrado que seus Orixás e seus guias se manifestam, além de ser uma escola onde
desenvolve sua mediunidade e aperfeiçoa sua moral. Busca auxiliá-la em tudo que
precisa, tem zelo, tem capricho.
O UMBANDISTA
DE FIM DE SEMANA lembra-se de seu terreiro apenas nos dias de sessões, e
não se preocupa se tudo está em ordem, ou se a casa encontra-se em bom estado,
pois, apenas quer “ficar” aquelas horas ali e ir embora.
O UMBANDISTA
VERDADEIRO conta os dias para que chegue a próxima sessão. Programa sua
vida incluindo os dias de trabalho, para que nenhum evento ocorra nesse dia,
pois, trata-se de um dia sagrado. E quando chega o dia, o Umbandista verdadeiro
desde o momento em que acorda, já está em sintonia com o astral superior,
evitando o consumo de bebidas alcoólicas e fumo e fazendo seu banho de
descarga, pois sabe que os irmãos espirituais já estão agindo em seu templo e
em sua matéria. Precisa estar bem, para socorrer aqueles que lá estarão
precisando de auxílio.
O UMBANDISTA
DE FIM DE SEMANA quando nota que naquele fim de semana terá sessão, já faz
cara feia e pensa “não acredito, isso de novo! Nem deu para descansar”.
Qualquer motivo é motivo para não ir ao terreiro. Se o tempo está frio, chuvoso
ou muito quente, não vai. Se “não está afim” arruma qualquer desculpa e não
vai. Se espirrar, se pegar uma gripe ou resfriado leve, também não vai. E
esquece-se, que muitos irmãos doentes procuram nossas casas em busca de alívio
para seus males. Qual seria a lógica de um filho de fé não ir, se seria essa a
oportunidade de encontrar sua cura? O Umbandista de fim de semana no dia de
sessão age como se fosse mais um dia comum. Cultiva vícios, más palavras, más
atitudes e intrigas. Não tem noção de que a espiritualidade já está agindo e
que seu comportamento prejudica seriamente seu desenvolvimento.
O UMBANDISTA
VERDADEIRO realmente acredita naquilo que professa. Sabe que a
espiritualidade está em todos os lugares e tudo que faz, faz com fé e amor,
pois tem a certeza que os espíritos estão ali e irão, de alguma forma,
auxiliá-lo, mesmo não sendo da maneira que ele esperava. Não se desespera com
as provações, com os contratempos, com as peripécias da vida, pois sabe que é
nos momentos difíceis que realmente somos lapidados.
O UMBANDISTA
DE FIM DE SEMANA duvida do que professa. Não tem certeza das manifestações.
É aquele que acredita que sendo Umbandista, nunca mais terá problema de saúde,
que nunca mais terá problemas financeiros. Quando tais problemas aparecem,
revolta-se e mais uma vez põe em dúvida sua religião. É aquele que acredita
serem as entidades verdadeiros “gênios da lâmpada”, que tudo que ele pedir e
quiser, elas terão que dar. Acredita que não haverá mais contratempo e que não
passará por provações, pois as “entidades não vão deixar ele sofrer”.
E você? Em
qual grupo de Umbandista está?
Se está na
dos Umbandistas Verdadeiros, parabéns, continua buscando o aperfeiçoamento de
sua fé e cumprindo sua missão.
Mas, se você
está no grupo dos Umbandistas de fim de semana, é sinal que algo em sua vida
está errado. Ainda é tempo de mudar! Aproveite essa oportunidade, pois o Reino
de Oxalá é grandioso e iluminado, mas temos que merecer estar lá. Todos podem
lá chegar, desde que façam sua “reforma íntima”, mudando a maneira de agir e de
pensar, confiando mais naquilo que professa, cultivando as coisas positivas,
buscando a elevação e entendendo que a Umbanda é a oportunidade que Deus nos
deu para corrigir nossos defeitos, livrar-nos de nossos vícios e alcançar o
progresso espiritual.
Fonte: Tenda de Umbanda "Filhos Da Vovó Rita"
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