Durante as
sessões de terreiro, às vezes observamos as entidades espirituais utilizarem-se
de uma espécie de giz (pemba - material calcário) para traçarem sobre
determinadas superfícies (madeira, mármore, cobre etc.) figuras tais como sóis,
luas, estrelas, triângulos, lanças, flechas, folhas, raios, ondas, cruzes, além
de alguns sinais a priori inintelegíveis, que despertam a curiosidade em alguns
médiuns e assistentes em saberem o que são e quais suas funções dentro da
ritualística umbandista.
A estas
configurações expressas pelos espíritos laboradores da Corrente Astral de Umbanda
chamamos Ponto Riscado.
Comecemos
por trazer à tona, sob nossa visão, o porquê do nome Ponto Riscado, solicitando
aos leitores, antes de mais nada, que imaginem e guardem em sua mente a Cruz,
símbolo da fé, do Cristianismo e do martírio de Jesus, para melhor entenderem
as explicações.
No plano
cósmico temos basicamente 2 Linhas primárias de constituição energo-magnética
(energia + magnetismo) que são responsáveis pela evolução e ascenção dos mais
diferentes tipos e níveis de vida nos reinos que fazem parte de nosso planeta
(mineral, vegetal, animal, hominal e espiritual).
A estas 2
Linhas que se tangenciam (tocam) nominamos de Linha Energo-Magnética
Ascencional (vertical) e Linha Energo-Magnética Evolucional (horizontal), que
juntas e em harmonia constante, compõem a Linha ou Irradiação da Cosmopotência
Oxalá (contração do termo Orixalá = A Luz do Senhor Deus), pois tal encontra-se
sob a supervisão do maior dos Orixás a nível planetário, O Cristo da Terra.
Pela
dinâmica do Princípio de Desdobramento Astral, que implantou aquilo que
conhecemos como polaridades ativa e passiva (positiva e negativa), criadas para
oferecer o suporte necessário a todos os níveis e subníveis do processo
ascencio-evolucional, a Linha de Oxalá, sem perder o seu caráter coordenador e
atuante, fragmentou-se harmoniosamente em 6 outras Linhas, todas de
constituição energo-magnética secundária, e que pelo princípio retrocitado
atuariam nas polaridades ativa (positiva) e passiva (negativa).
Em ação no
polo passivo, as 6 Linhas (Irradiações) têm como função atrair, absorver,
estagnar e depurar as nocividades. Já no pólo ativo, tais Linhas têm como
função potencializar, dinamizar e expandir propriedades benéficas.
Devemos
dizer, ainda, que estas 6 Linhas recebem o nome de Iemanjá, Oxum, Oxósse, Ogum,
Xangô e Omolu, comandadas pelos Orixás (Senhores da Luz) de mesmo nome. Outras
nomenclaturas são usadas, sem contudo perderem a sua essência.
Assim, dentro das respectivas polaridades, estas Linhas se entrecruzam e
interagem ininterruptamente, formando incontáveis interseções energo-magnéticas
entre as mesmas, de composições e atribuições diversas. A cada um destes elos,
emersos pelo tangenciamento de tais Linhas, na Umbanda denominamos Ponto
(Astral).
Estas várias
interseções e suas variantes formam incontáveis fusões ou justa-posições de
forças energo-magnéticas, que fluem perenemente sobre o planeta Terra, dando a
devida sustentação ao mesmo.
Para que as
forças que constituem estes elos sejam movimentadas especificamente para os
trabalhos de Umbanda, é imperioso que haja o acionamento de determinados
códigos de acesso, consoante o resultado que se queira alcançar.
Em nossa
religião, uma das formas com que os laboradores espirituais, quando
incorporados, entram em contato com tais forças, manipulando-as conforme as
necessidades, é através do traçado de determinados símbolos (códigos-senha),
que, colocados em posição correlata, acabam por atrair as correntes
energo-magnéticas indispensáveis a determinado trabalho, que serão
recepcionadas pelo campo formado pelo desenho material riscado, aglutinando-se
e gravitando em torno do mesmo, isto a nível etérico, sendo redirecionadas
pelos espíritos para os mais diferentes fins, repetimos, sempre positivos
(benéficos).
Neste
sentido, podemos conceituar Ponto Riscado como sendo um ato
litúrgico-magístico, de iniciativa dos espíritos da Corrente Astral de Umbanda,
que, mediante o uso da pemba, riscam símbolos que revelam a identidade e linha
de trabalho dos mesmos, ou ainda abrem canais de interação com forças
energo-magnéticas propícias, que percutem no plano material, para atuarem em
determinada situação.
Já de posse
do conceito de Ponto Riscado, podemos nominá-los segundo a finalidade a que se
propõem. Temos então:
Ponto Riscado
Esotérico =
oculto, velado
Exotérico =
ostensivo, aberto
Identificador
Do espírito,
Da Falange
Do campo de
atuação
Da Linha
(principal, secundária etc.)
De
forças-base
Atrator
Repulsor
Equilibrador
Neutralizador
Fixador
Puro
Misto
Sugestivo
(efeito psíquico)
Real (efeito
objetivo)
De Firmeza
(defensivo-repressivo)
De Segurança
(defensivo-preventivo)
O que
acabamos de citar são alguns tipos ou espécies de Pontos Riscados mais
utilizados pelos espíritos na Umbanda. Outros existem.
Esperamos
com tais apontamentos termos dado nossa contribuição para o esclarecimento dos
umbandistas de fé e de seriedade.
Salve nossa Cristalina e Amada Umbanda!!!!
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