“- A
civilização, criando novas necessidades, não é a fonte de novas aflições?
- Os males
deste mundo estão na razão das necessidades artificiais que criais para nós
mesmos. Aquele que sabe limitar os desejos e ver sem cobiça o que está fora das
suas possibilidades, poupa-se de muitos aborrecimentos nesta vida. O mais rico
é aquele que tem menos necessidades.”
(Questão 926. De “O Livro dos Espíritos”
– Allan Kardec).
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Jesus, o
grande governador da Terra, quando passou fisicamente pelo planeta, ostentava
tão-somente uma túnica e um par de sandálias e, segundo relatos evangélicos,
não tinha onde recostar a cabeça, numa clara alusão ao seu desprendimento em
relação aos bens materiais.
As páginas
da história registram que Francisco de Assis realizou um a grande obra em favor
da humanidade, dispensando os aparatos materiais, bem como Ghandi, na Índia,
libertou sua comunidade da opressão britânica, com a revolução da não
violência, apenas com a força do seu ideal.
São exemplos
indiscutíveis, evidenciando que uma vida digna na Terra, não será preciso
sofisticado aparelho material. Precisamos sim, dos recursos materiais, mas na
medida em que eles nos sirvam, tomando o máximo cuidado para que não sejamos
escravos dele.
Os
Benfeitores da Humanidade nos informam que o mais rico é aquele que tem menos
necessidades. E a busca desenfreada e desequilibrada pelos bens materiais tem gerado
no coração humano uma grande e desgastante aflição.
Em verdade,
estamos no mundo físico através do processo reencarnatório, buscando por
prosperidade espiritual. Vivemos a presente encarnação a exemplo de um aluno
que procura a escola para a obtenção de novas lições. Importa, então, aprender
mais, crescer intimamente e, para tanto, devem constar, em nosso programa de
aprendizado, a humanidade, a simplicidade e desprendimento dos bens terrenos,
pois quando voltarmos ao mundo espiritual levaremos conosco tão somente as
conquistas do espírito.
Temos, sim,
o direito de usufruir dos bens materiais, mas na medida em que eles se prestam
para nos ajudar espiritualmente. Quando criamos necessidades artificiais, e
corremos a atendê-las, abrimos um campo para incomensuráveis expectativas e
prejudiciais aflições.
Temos dois,
três pares de sapatos, mas nosso apego ao mundo exige que tenhamos cinco, dez
ou mais. Conseguimos adquirir um carro que atende às nossas atribuições, mas
queremos um carro o modelo do ano. Nossa casa é um seguro abrigo, mas desejamos
uma maior e mais moderna. Posso fazer uma viagem por ano, buscando descanso, no
entanto poderiam ser duas, três…Obviamente, o não atendimento das nossas
necessidades promove a infelicidade que nos cerca, e, por consequência, o
sofrimento se instala com sérios comprometimentos na mente e no físico.
Reafirmamos:
ninguém está impedido de fazer uso dos recursos materiais; condenável é o
excesso.
Ainda, outro
fator desencadeante de grande tortura para o homem atual é a cobiça, o desejo
de possuir o que pertence aos outros ou de ter tanto quantos os outros têm. Se
algo devemos cobiçar, em verdade, deve ser o patrimônio da fraternidade, do
altruísmo, do conhecimento, da sabedoria que irão nos assegurar a necessidade de
vivermos uma vida dinâmica, participativa, mas simples, muito simples, onde os
valores morais, dignos, sublimes e nobres tenham lugar de destaque.
Não importa
se somos bem aquinhoados materialmente ou se contamos com poucos recursos, não
importa onde estejamos, que posição ocupamos no contexto social em que
mourejamos, mas importa, e muito, como estamos administrando nossa existência
dentro das condições em que a Providência divina nos situou.
Simplifiquemos
a nossa vida, pois o mais rico é aquele que tem menos necessidades e, por
consequência tem menos aflições.
Fonte: Livro Mensagens de Esperança & Paz
Autor: Wladenir A. Cuin Editora: EME
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