Como devem
estar vestidos os médiuns durante as sessões?
Devem usar somente o branco ou podem usar roupas coloridas? E as
mulheres podem ou não podem usar calças compridas, ainda que brancas?
Podemos notar que apesar de acharmos tão simples a maneira que cada um
deve vestir-se nas sessões de Umbanda, há muitas maneiras e muitas
contestações.
Há casas que permitem mulheres de calças brancas e um guarda-pó à
semelhança dos homens, ou mesmo um tipo de roupa que mais assemelha-se a uma
bata para as mulheres e outras casas que só permitem que as mulheres usem as
roupas de baiana, inclusive não deixando que assistentes do sexo feminino, se
porventura, ao longo das sessões venham a ser mediunizadas, permanecerem no
salão sem que lhes tenham sido colocadas saia, mesmo que por cima das próprias
roupas pessoais.
Podem os Guias ao manifestarem-se tirarem camisas, ou utilizar panos
atados ao peito? Normalmente isso ocorre com Guias manifestados em homens é claro.
E se quiserem trabalhar sem camisa, podem? E no caso das bebidas? Podem
os Guias optar por beber diretamente na garrafa ou são obrigados a utilizar
copos, taças ou cuités? E o que dizer de entidades que ao manifestarem-se pedem
sandálias, sapatos, paletós, etc... Isso é correto?
A porta de um Centro Espírita, Terreiro, Roça ou Ilê, deve ficar aberta,
ou seja, a frequência é liberada ou poderá ser controlado quem entra ou sai da
casa, utilizando-se o método do portão fechado ou mesmo um porteiro?
A questão é puramente doutrinária e não vejo razão alguma para tantos
ataques de uns aos outros. É importante que nos lembremos de um ditado muito
antigo, porém muito eficaz. “Quem com ferro fere, com ferro será ferido”. E o
mais quente ferro que costuma nos ferir é a nossa própria língua. Como já vimos
em outras conversas, a Umbanda é uma doutrina extremamente aberta que permite
vários entendimentos sobre suas origens e cultos. Então também é possível que
haja dentro de cada aceitação um tipo de fundamentação ou doutrina diferente e
não será pelos comentários contrários ou condenações sumárias que se chegará a
uma definição do que é certo ou errado.
Se o zelador entende que na sua casa não deverá ter acesso qualquer tipo
de pessoa, ainda que isso de certa forma fira o entendimento de prática da
caridade, não deverá ser condenado por isso, já que todos sabem o quanto de
maldade e violência é hoje praticada em todos os recantos do país e, não
entendo como válido tentar justificar o fato como erro, utilizando a idéia de
que se lá tem guias de verdade, então teria efetiva segurança, porque cada um é
que sabe onde realmente estarão seus problemas. O mesmo caso se aplica a
maneira tanto dos médiuns como dos guias se vestirem. Entendo que se há respeito
e verdade, não será a roupa que irá modificar as qualidades dos guias nem dos
médiuns que os manifestam.
É óbvio que essas colocações não estão abrindo as portas para
procedimentos totalmente fora de padrões não só espirituais ou doutrinários
como normalmente aceitos pela própria sociedade. Uma casa de Umbanda é um
ambiente sagrado no qual se deve ter o maior cuidado e apreço pela educação e
respeito.
Roupas adequadas, principalmente na assistência, sem sombra de dúvidas,
permitirão uma boa qualidade da educação e posicionamento social. No entanto,
admito que cada grupo é que deverá determinar qual o tipo de roupas serão mais
adequadas à assistência, assim como ao corpo mediúnico.
Eu, particularmente, tenho as minhas preferências, mas tenho irmãos que
possuem outras diferentes que as minhas, mas nem por isso, suas casas deixam de
ter a força e a capacidade necessária para o trabalho espiritual e a prática da
caridade.
O que importa na verdade é nossa boa intenção. Quando vamos a um Centro
não devemos ir com olhos de júri de moda ou costumes, e sim com olhos de amor e
boa vontade.
Aí sim, a vibração do nosso modo ou do modo de quem a pratica será cada
vez maior e mais bem aproveitada.
Matéria do irmão Solo - Recife - PE.
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