SANTO ANTÔNIO
“Fala em línguas quem está repleto do Espírito Santo. As diversas línguas são o testemunho que devemos dar o favor de Cristo, a saber, humildade, pobreza, paciência e obediência. Quando os outros virem em nós estas virtudes, estaremos nós falando a eles. Nossa linguagem é penetrante quando é nosso agir que fala. Eu vos conjuro, pois, deixai vossa boca emudecer-se e vossas ações fala! Nossa vida está tão cheia de belas palavras e tão vazia de boas obras”.
(Santo Antõnio)
Santo Antônio de Pádua, ou Santo Antônio de Lisboa, porque nasceu na cidade de Lisboa, em Portugal, e desencarnou, em Pádua, na Itália.
Santo que seguiu os passos do Mestre Jesus e exemplificou suas palavras de forma humilde e fiel. Discípulo de São Francisco de Assis, abdicou da sua herança e viveu para defender os pobres e deserdados, pregador incansável do Evangelho. Amante da natureza e da solidão. Pode-se observar seus diálogos com a natureza e os animais em seu “Sermão de Santo Antônio aos Peixes”.
Procurava meditar e orar em lugares afastados, onde não houvesse o barulho das cidades. E, em uma dessas meditações, recebeu a visita do Menino Jesus. Por tal fato, sua imagem o representa com Jesus criança em seus braços. A imagem ainda apresenta lírios brancos, que representam a nobreza e a virtude desse valoroso servidor da Palavra Divina enquanto andou por essa Terra.
Com relação à devoção a Santo Antônio, encontramos no Brasil a tradição de, no dia 13 de junho, distribuir pão, que deve ser guardado nas residências, a fim de assegurar o alimento a todos que nela residem; a devoção mensal no dia 13, a “trezena”; pedidos para encontrar objetos perdidos, da mesma forma que São Longuinho; e as promessas feitas para se conseguir casamentos, além da comemoração das festas juninas, onde se utilizam muitas cantigas que louvam seu nome.
Falando um pouco sobre sua vida, nasceu em Lisboa, no ano de 1192, sendo batizado com o nome de Fernando. Ingressou no mosteiro de São Vicente de Fora dos Agostinianos aos 15 anos de idade, e pelo exemplo dos franciscanos, decidiu trocar seu nome para Antônio, sendo aceito na Ordem Franciscana, no ano de 1208, quando renunciou à herança paterna e seus títulos nobiliários, e recolheu-se no mosteiro de São Vicente, localizado nos arredores da cidade de Lisboa.
Em 1219, ordenou-se sacerdote, permanecendo no eremitério de Montepaulo, na comarca da Romagna, quando teve início a passagem mais significativa de Santo Antônio como pregador da palavra do Evangelho.
Em 1230, com a saúde debilitada, frei Antônio retirou-se para uma localidade perto de Pádua, já com a saúde debilitada pelo exercício constante do apostolado de Jesus, com constantes jejuns e penitências, quando se recolheu El Camposampiero, no convento eremitério de Arcela, perto do castelo de um amigo seu. Em 1231, pregou em Pádua a famosa Quaresma, que é considerada por muitos como o momento de refundação da cidade, com multidões sendo convertidas e realizando prodígios.
Em 13 de junho de 1231, Frei Antônio com a idade de 39 anos, desencarnou. Teve seu corpo sepultado na igreja do convento dos frades menores de Santa Maria de Pádua.
Em maio de 1232, um ano após sua morte, o Papa Gregório IX inscreveu o nome de Antônio no catálogo dos Santos.Em 1946, Pio XIII declarou Santo Antônio Doutor da Igreja, com o Título de “Doutor Evangélico”.
Quando não era ouvido pelas pessoas, dirigia-se às aves e aos peixes.
Passava muitos dias em meditação e oração em lugares afastados, longe do barulho e da agitação das cidades.
Enquanto rezava em um desses eremitérios, recebeu a visita do Menino Jesus. Em razão dessa aparição, Santo Antônio é representado carregando o Menino Jesus nos braços.
O lírio que aparece nos braços ou nos pés, é o símbolo da pureza. A sua mensagem de fé e de amor para com Deus e a sua caridade para com os pobres continuam atuais.
Sal da terra e luz do mundo, Santo Antônio é tão procurado pelas pessoas que se tornou um dos santos mais populares do mundo.
Em sua companhia, procuremos reencontrar o verdadeiro sentido da nossa vida, a fé em Deus, o amor para com os mais pobres e uma esperança inabalável na Divina Providência.
Conhecido, carinhosamente, como Antoninho, Santo Antônio tem fama de casamenteiro. Dizem que as simpatias evocadas em seu nome dão certo. Algumas delas:
1 – Quem deseja descobrir o nome do futuro companheiro deve comprar um facão e, à meia-noite do dia 12 de junho, cravá-lo numa bananeira. O líquido que escorrer da planta deve formar a letra do futuro amor.
2 – Uma das mais antigas tradições diz que, para descobrir o futuro companheiro, é preciso escrever os nomes dos candidatos em vários papéis. Um deles deve ser deixado em branco. À meia-noite do dia 12 de junho, eles devem ser colocados em cima de um prato com água, que passará a madrugada ao relento. No dia seguinte, o que estiver mais aberto indicará o escolhido.
3 – Aqueles que têm pressa em arranjar um namorado devem comprar uma pequena imagem do santo. E para agilizar a conquista do pedido, fazer dois procedimentos: tirar o Menino Jesus do colo do religioso, dizendo que só devolverá quando conseguir um namorado, ou ainda, virar o Santo Antônio de cabeça para baixo.
4 – O mais afoito tem ainda outro recurso. Deve ir a um casamento e dar de presente aos noivos uma imagem de Santo Antônio, sem o Menino Jesus. Depois, pedir no altar para se casar com alguém, especial ou não. Assim que a graça for alcançada, deve retornar à igreja e lá depositar a imagem do Menino Jesus.
5 – Os que já estão acompanhados, mas ainda não subiram no altar, também possuem práticas específicas. A pessoa deve amarrar um fio de cabelo seu ao do namorado. Eles devem ser colocados aos pés do santo, que, logo, logo, resolve a questão.
6 – À meia-noite do dia 12 de junho, quebre um ovo dentro de um copo com água e o coloque no sereno. No dia seguinte, interprete o desenho que se formou. Se aparecer algo semelhante a um vestido de noiva, véu ou grinalda, o casamento está próximo.
7 – Para a pessoa saber se o futuro companheiro será jovem ou mais velho, é preciso arranjar um ramo de pimenteira. De olhos fechados, ela deve pegar uma das pimenteiras. Se a escolhida for verde, ele será jovem. Caso contrário, o casamento acontecerá com alguém de idade avançada.
8 – A tradição popular acredita que há uma forma especial de fazer as pazes entre casais brigados. Para isso, é preciso um cravo e uma rosa. Os talos devem ser amarrados juntos com uma fita verde, na qual serão dados 13 nós. Durante o procedimento, o devoto deve pensar que Santo Antônio vai uni-los outra vez.
9 – Para descobrir se falta muitos anos para a grande data, na véspera do dia 13 de junho, à meia-noite, amarre uma aliança – que pode ser de qualquer parente – numa linha ou num fio. Coloque um copo sobre a mesa e segure o fio de modo que a aliança esteja dentro do copo. Pergunte, então, quantos anos faltam para o casório. O número de batidas informa quantos anos ainda restam para o Dia D.
Santo Antônio sempre foi circundado por uma aura sobrenatural – mesmo em vida já era considerado santo pelos milagres realizados através de suas orações e pedidos em que Deus se manifestou: – Santo Antônio teve uma infância sem muitas emoções, mas uma passagem foi interessante.
Conta-se que seu pai, Martinho, gostava de ir a uma fazenda que possuía nos arredores de Lisboa. Um dia, levou o filho com ele. Que magnífica colheita aquele ano! Pena, porém, que insaciáveis bandos de pássaros descessem continuamente para bicar os grãos de trigo. Era necessário espantá-los para impedir grave dano à colheita. Martinho tinha de providenciar um guardião. Enquanto procurava um, encarregou o garoto de manter longe os pequenos ladrões. O pai se foi e Fernando permaneceu correndo de cá para lá no campo. Em pouco tempo começou a se aborrecer com aquela ocupação. Não muito longe, uma capelinha rústica o convidava à oração. Mas o pai o mandava enxotar os passarinhos: não podia desobedecer. Depois de um átimo de incerteza, gritou aos pássaros, convidando-os a segui-lo para dentro de uma sala da fazenda. Aqueles, obedientes, nela entraram chilreando. Quando todos estavam dentro, Fernando fechou as janelas e as portas, e foi tranqüilamente fazer sua visita ao Senhor. Já entardecia quando o pai, retornando, veio procurá-lo. Andou pelo campo, chamando-o cá e lá, mas não encontrou ninguém. Preocupado, dirigiu-se à capela e o descobriu, todo absorto na prece. Fernando se assustou um tanto, mas tomou o pai pelas mãos e o conduziu ao salão repleto dos vôos e dos cantos dos graciosos prisioneiros. Abriu a porta e, a um sinal seu, os pássaros, em bando, retornaram os livres caminhos do espaço.
Frases de Santo Antônio
"Deus é Pai de todas as coisas. Suas criaturas são irmãos e irmãs."
"É viva a Palavra quando são as obras que falam."
"Quando te sorriem prosperidade mundana e prazeres, não te deixes encantar; não te apegues a eles; brandamente entram em nós, mas quando os temos dentro de nós, nos mordem como serpentes."
"Uma água turva e agitada não espelha a face de quem sobre ela se debruça. Se queres que a face de Cristo, que te protege, se espelhe em ti, sai do tumulto das coisas exteriores, seja tranqüila a tua alma."
"A paciência é o baluarte da alma, ela a fortifica e defende de toda perturbação."
"Ó meu Senhor Jesus, eu estou pronto a seguir-te mesmo no cárcere, mesmo até a morte, a imolar a minha vida por teu amor, porque sacrificaste a tua vida por nós."
"Como os raios se desprendem das nuvens, assim também dos santos pregadores emanam obras maravilhosas. Disparam os raios, enquanto cintilam os milagres dos pregadores; retornam os raios, quando os pregadores não atribuem a si mesmos as grandes obras que fazem, mas à graça de Deus."
"Neste lugar tenebroso, os santos brilham como as estrelas do firmamento. E como os calçados nos defendem os pés, assim os exemplos dos santos defendem as nossas almas tornando-nos capazes de esmagar as sugestões do demônio e as seduções do mundo."
"Quem não pode fazer grandes coisas, faça ao menos o que estiver na medida de suas forças; certamente não ficará sem recompensa".
Na Umbanda, Santo Antônio é considerado Santo de Exu. É também conhecido como Santo Antônio de Pemba.
Esse fato remonta à época da escravidão quando os escravos deveriam orar e professar a crença nas capelas erigidas nas fazendas dos donos de engenho e, para preservarem seu culto ancestral aos orixás, adotaram os santos para com eles sincretizarem, em virtude de suas semelhanças.
Quando os escravos adotaram Santo Antônio de Lisboa por Santo Antônio de Pemba como Exu, fizeram-no por diversos motivos. O primeiro porque tinham que acompanhar o credo católico; o segundo para ludibriar a boa fé dos senhores das fazendas, pois proibiam que os mesmos professassem o seu culto africano; e o terceiro porque faziam suas festas com fogo, como fogueiras, etc., e o dono do fogo é Exu.
Santo Antônio sempre foi considerado como mensageiro do Evangelho de Jesus, e segundo a tradição que persiste no tempo, nos guia os passos no bom caminho. Por isso, atua também com Exu, agente, guardião e senhor do destino e dos caminhos dos indivíduos.
Santo Antônio é Santo de Lisboa, de Batalha, de Pemba, é Santo trabalhador, conforme se observa nos pontos cantados na Umbanda, onde se louva seu nome.
“Santo Antônio de Lisboa, olha pro mundo como está.
Quem antes me abraçava e me beijava, agora quer me apunhalar.
Oh, saravá seu cordão preto, minha Santo Antônio que eu sou filho seu
Oh, livrai-me dos inimigos, minha Santo Antônio, pelo amor de Deus...
“Santo Antônio de Pemba, segura seus filhos, segura o Congá
Eu sou filho de Pemba, eu não posso cair, eu não posso tombar.
Ah, como caminhou, pemba,
Ah, como caminhou, pemba.
Santo Antônio de Pemba, como caminhou...”
Por: Lara Lannes - Equipe Genuína Umbanda extraído do site: www.genuinaumbanda.com.br
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