Fé Racional

"Em lugar da fé cega que anula a liberdade de pensar, ele diz: Não há fé inquebrantável senão aquela que pode olhar a razão face a face em todas as épocas da Humanidade. À fé é necessária uma base, e essa base é a inteligência perfeita daquilo que se deve crer; para crer não basta ver, é necessário, sobretudo, compreender. A fé cega não é mais deste século; ora, é precisamente o dogma da fé cega que faz hoje o maior número de incrédulos, porque ela quer se impor e exige a adição de uma das mais preciosas faculdades do homem: o raciocínio e o livre arbítrio." (O Evangelho Segundo o Espiritismo.)

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A Umbanda não é responsável pelos absurdos praticados em seu nome, assim como Jesus Cristo não é responsável pelos absurdos que foram e que são praticados em Seu nome e em nome de seu Evangelho. Caboclo Índio Tupinambá.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Defumação a Arte da Purificação



Defumação é um processo ativo de exercício de mediunidade e por isso deve ser tratado com muito cuidado. 

Todo local onde se vive, seja um templo, sua casa ou local de trabalho, pode e deve ser defumado. A Casa onde se mora principalmente, ainda mais se é uma pessoa que trabalha com a espiritualidade do santo, e que mantém em casa suas firmezas ou mesmo os seus instrumentos litúrgicos. 

Todo mundo que tem “luz” própria ou que tem em si ou sua casa um local de concentração de energia, acaba sendo um atrativo para as inúmeras almas perdidas que existem vagando pela terra. Assim, ao defumarmos, nem sempre estamos tratando de afastar demandas contra nós, mas também de manter o equilíbrio de nossa própria casa. 

Qualquer pessoa com ou sem uma mediunidade ativa, pode perceber quando há uma alteração no ambiente e nesses casos deve se recorrer a uma defumação. No caso de terreiros e casas de santo, onde tudo isso é mais grave ainda, ou melhor mais intenso, o início de cada sessão de trabalho deve ser precedido de uma defumação. 

Considero que defumar não é um processo formal ou ordinário e sim uma liturgia e quem defuma algum lugar sempre deve se preparar porque vai estar absorvendo também as energias negativas do lugar, como um para-raio, ou um “aspirador de pó”. 

Desta forma para executar essa liturgia é necessário alguma maturidade na magia, conhecimento e também procedimentos de preparação e auto-limpeza que para quem faz vai mais além do que o ato de defumar. 

Em termos da maturidade na magia significa uma sintonia com os mestres e entidades que trabalham junto com ele. O conhecimento diz respeito ao método de fazer e elementos a serem utilizados tanto no defumador ou defumadores como também em procedimentos complementares. 

Em termos de finalidade, o processo de defumação pode ser feita para retirar, ou seja regular o ambiente, pode ser feita apenas com o defumador doce. Uma outra um pouco mais convencional, com o defumador de limpeza (principalmente pelo terreno) e pelo doce. Fumar o cachimbo pela casa toda e depois jogar fumaça ao contrário pela porta a fora é também um excelente defumador regular. 

Concentração é um elemento muito importante neste trabalho. Assim deve-se rezar antes de iniciá-lo pedindo a proteção dos seus mestres, deve cantar durante e deve-se encerrar com uma reza ou cantiga de agradecimento ou fechamento. Enfim, a defumação é um processo litúrgico complexo e que é mais do que acender um “divino” num turíbulo de alumínio.

Geralmente quando se encontra um ambiente carregado usa-se um ou mais defumadores de limpeza, que irão “queimar” ou esterilizar as energia ruins. Depois do ambiente ruim faz-se uma nova defumação com um outro defumador “doce” que irá preencher o ambiente com a energia que se quer deixar evitando assim um vazio que é a oportunidade para coisas indesejadas ou mesmo um ambiente estéril e que não traga conforto aos ocupantes do lugar. 

No caso de terreiros ou casas de trabalho é similar. É comum se defumar mais de uma vez ao longo do dia de maneira a garantir a limpeza astral do lugar. No início de trabalhos com determinadas linhas, como a do povo cigano ou do oriente, pode-se passar um defumador “doce” com a finalidade de atrair e facilitar as energias destas entidades. No catimbó o cachimbo é também um instrumento de defumação e preparação do ambiente.

Pode-se usar fumos com ervas de limpeza para limpar a seção, como também pode-se colocar misturas “doces” para facilitar ou chamar a incorporação. 

Os defumadores devem ter fórmulas adequadas a cada finalidade. Um pessoa experiente sabe fazer os seus e pode ter vários que são usados conforme o caso e, que combinam as ervas mais adequadas e as ervas que fazem parte do seu fundamento e de suas entidades, porque como eu disse a gente nunca faz isso sozinho. 

Um exemplo de protocolo de limpeza para defumar uma casa carregada e com presença de eguns, pode-se iniciar usando um primeiro defumador somente com saco-saco, ou na falta deste com palha-de-cana ou de bambu. Estes elementos são recomendados para se defumar dentro de casa, mas deve-se retirar as pessoas antes. 

Quando se vai defumar um local onde não moram pessoas ou o terreno de uma casa pode-se usar receitas como a seguinte: 
- Palha de alho. 
- Palha de cebola. 
- Raspa de chifre de boi. 
- Noz moscada. 
- Assa-fétida. 
- Folha de café, 
- Grão de café torrado. 


A composição dos defumadores é um conhecimento que deve ser desenvolvido aprendido

Emidio de Ogum
Fonte: http://espadadeogum.blogspot.com
 

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