Fé Racional

"Em lugar da fé cega que anula a liberdade de pensar, ele diz: Não há fé inquebrantável senão aquela que pode olhar a razão face a face em todas as épocas da Humanidade. À fé é necessária uma base, e essa base é a inteligência perfeita daquilo que se deve crer; para crer não basta ver, é necessário, sobretudo, compreender. A fé cega não é mais deste século; ora, é precisamente o dogma da fé cega que faz hoje o maior número de incrédulos, porque ela quer se impor e exige a adição de uma das mais preciosas faculdades do homem: o raciocínio e o livre arbítrio." (O Evangelho Segundo o Espiritismo.)

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A Umbanda não é responsável pelos absurdos praticados em seu nome, assim como Jesus Cristo não é responsável pelos absurdos que foram e que são praticados em Seu nome e em nome de seu Evangelho. Caboclo Índio Tupinambá.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Pretos Velhos, Índios e Caboclos por um Kardecista.


Praticamente nasci e cresci na casa espírita, onde, desde cedo percebi atitudes discriminatórias com relação aos chamados espíritos de índios, caboclos e pretos velhos. Vistos como “irmãos inferiores” dentro da escala evolutiva, ainda hoje, esses espíritos continuam a usar a “entrada de serviço” ao chegarem aos centros. A velha visão “eurocêntrica” tão comum aos europeus da época de Allan Kardec, continua a ser aceita sem restrições no meio espírita. E isso, porque nós espíritas alardeamos aos quatro cantos do mundo que o espiritismo é uma doutrina científica e progressista.
Infelizmente, contrariando o próprio codificador, muitos espíritas têm os livros da codificação como infalíveis e inquestionáveis. Alguns conceitos contidos nas obras básicas – e isso não é motivo para termos vergonha , necessitam ser atualizados em caráter de urgência. Se não o fizermos, correremos o risco de cairmos no ridículo. As reações a essa re-leitura do pensamento de Allan Kardec  - por parte de setores conservacionistas e fundamentalistas do movimento -, causam prejuízos que já podem ser sentidos: o ortodoxismo importado de outras religiões que, em muitos aspectos, soa como dogmatismo.
Muitos articulistas espíritas quando abordam essas questões fazem verdadeiros malabarismos a fim de explicarem o inexplicável. A minha admiração por Allan Kardec reside justamente no fato de ele ter sido um homem como outro qualquer. Deixou uma inestimável contribuição ao pensamento humano, porém, sofreu as limitações impostas pela época em que viveu, pensou e escreveu. Isso, não é nenhum desdouro. De que adiantou Kardec ter dito que o espiritismo deveria sempre acompanhar a ciência? De que fé inabalável somente seria aquela capaz de encarar a razão face a face? Observemos os textos abaixo transcritos:
“Com efeito, seria impossível atribuir a mesma antiguidade de criação aos selvagens que mal se distinguem dos macacos, que aos chineses, e ainda menos aos europeus civilizados” (Allan Kardec – A Gênese).  Ou, ainda em Obras Póstumas, quando trata da “Teoria da beleza”: “O negro pode ser belo para o negro, como um gato é belo para um gato; mas não é belo no sentido absoluto, porque os seus traços grosseiros, seus lábios espessos acusam a materialidade dos instintos; podem bem exprimir paixões violentas, mas não saberiam se prestar às nuanças delicadas dos sentimentos e às modulações de um espírito fino”.
Espírita honesto algum, em sã consciência, pode negar que em A Gênese, e em Obras Póstumas, ao se expressar sobre os negros e chineses, Kardec deixa escapar conceitos nitidamente preconceituosos. Preconceituosos sim, mas não racistas, como querem fazer acreditar alguns detratores mal intencionados da doutrina espírita. Entretanto, para os europeus do século 19, a Europa era, sem dúvida, a “última coca-cola gelada do deserto”. Deveria ser, assim, o parâmetro para se avaliar todas as demais culturas do mundo.
Kardec não criou essa visão antropológica, apenas seguiu a idéia predominante na época: o etnocentrismo: “visão do mundo característica de quem considera o seu grupo étnico, nação ou nacionalidade socialmente mais importante do que os demais” (Dicionário Houssais da Língua Portuguesa).
O que é inadmissível, contudo, é que ainda hoje tais conceitos permaneçam presentes em tais obras. Numa época em que o Projeto Genoma desfez a crença de que existe uma raça superior, demonstrando que negros, índios, brancos e asiáticos diferem apenas 1% em seus “gens” - ou seja, de que as raças inexistem.
Libertemos então, dessa visão estereotipada, ultrapassada e preconceituosa, nossos índios, caboclos e pretos velhos, permitindo-lhes trânsito livre e que possam nos favorecer com sua sabedoria e espiritualidade.

Moab José de Araújo e Sousa - Lar “Pouso da Esperança” - São Luiz, MA – julho de 2005.

2 comentários:

  1. A primeira Mãe Preta q se aproximou de mim e se
    identificou, disse-me q Ela veio p/ me ajudar a
    tratar das pessoas espiritualm/, pois não adiantaria tratar só com doação de remédios homeopaticos ,pois elas precisariam de uma limpeza espiritual...Se identicou com seu nome e, me disse q era da umbanda...e Ela, trabalhou muito...muito tempo conosco.
    Até um dia Ela se foi...deixando um Preto Velho no lugar.Ainda acho, q de vez enqdo Ela vem me ver...ou, talvez, eu vá a seu encontro qdo o meu corpo adormece...não tenho saudades, pois Ela tá no meu coração! Saravá minha Mãe Preta!
    Paz e Força de Oxalá a todos!

    ResponderExcluir
  2. Me perdi em meus pensamentos...continuando o comentario anterior, quero dizer q , no começo
    tive preconceitos, medos de algo desconhecido...
    aos poucos com muita Sabedoria Dela, fui aprendendo e iniciando nesta nova fase de trabalho, muito gratificante a alma...
    Q possamos todos retirar o véu e abrir a mente e
    o coração!
    Salve a Umbanda!

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