Quem pode falar sobre as ervas? Essa pergunta sempre vem à tona quando o conhecimento é comparado, seja dentro dos meios religiosos, na fitoterapia, e mesmo na sabedoria popular.
Tenho recebido muitos emails perguntando sobre isso. Porque temos, principalmente na internet, uma avalanche de informações sobre o uso das ervas.
Enquanto eu escrevo essa matéria, tenho sobre mim a agradável sombra de uma fantástica pitangueira. Estou sentado debaixo dela e peço a ela inspiração para escrever. Pergunto a ela como eu posso ser útil ao meu semelhante humano, mesmo que sua natureza vegetal não entenda totalmente o que se passa na mente humana, dotada de princípios diferentes, mas enfim, pergunto a ela assim mesmo como eu posso levar esse conhecimento às pessoas com clareza, força e determinação.
Muitas vezes pergunto o que escrever. E a resposta flui no meu intimo de forma natural.
Assim é a pitangueira, a cerejeira, o abacateiro, o limoeiro e a goiabeira. Árvores que estão próximas de mim, no meu jardim, no local que mais gosto de escrever. E mesmo quando não estou lá, me conecto a elas mentalmente, trazendo sua imagem, sua sombra e frescor. O sabor dos seus frutos e o perfume de suas folhas.
Hoje há tanto delas em mim como há de mim nelas. Há uma simbiose energética, assim como o agricultor conhece o “cio da terra”, a gente acaba conhecendo a essência dessas amadas irmãzinhas do mundo vegetal.
Tenho a minha volta diversos irmãozinhos do plano espiritual, encantados e naturais, que nem sempre tem noção do que estou fazendo exatamente com um notebook, ou mesmo um caderno de anotações, ali, sentado e conversando com uma árvore.
Mas todos percebem o que vou fazer a partir daquilo que recolho ali. Sabem que disseminar o conhecimento é meu trabalho, levar de forma objetiva a razão de Pai Criador se manifestar na natureza é minha missão.
Quando preciso de folhas para alguns preparos pessoais, para o terreiro ou alguém que precisa de ervas para um simples banho, me dirijo ao jardim, com minha tesoura de jardinagem, simples e efetiva pois é meu instrumento de trabalho, e em cada arbusto ou canteiro que vou cortando os galhos, vou mentalmente, e as vezes até verbalmente, definindo o que fazer com essas ervas, como usar ou como eu gostaria que elas guardassem sua energia para se manifestar no preparo a que se destinam.
Vou juntando essas folhas, flores, raízes e quando não tenho todas que preciso no meu jardim busco no meu armário de ervas, onde guardo centenas, isso mesmo, centenas de vidros com folhas, cascas, sementes, raízes, flores, todas secas. E sei exatamente onde elas estão, sei onde encontrar o que eu preciso naquele momento.
Mesmo secas, elas me reconhecem como seu manipulador natural, e através daquilo que há de mim nelas, permitem que eu tenha e me sirva de seu poder no benefício da humanidade.
As ervas que não tenho plantadas também reagem ao meu magnetismo humano, ajustado ao seu magnetismo vegetal. Pois as trato com o respeito que a natureza merece.
Essa reação do elemento define e proporciona qualidade final do preparo.
As ervas se colocam na nossa vida como verdadeiras mestras. Professoras de sabedoria natural. Respondem as nossas perguntas com determinação. Respondem aos nossos apelos de cura com carinho.
Ao cortar alguns ramos ou galhos, tenha certeza que essa árvore sente o que você está fazendo. E ela reage de acordo, em sintonia e proporção ao seu propósito.
Hoje divido essa experiência com vocês, porque desde no ano de 2003 que venho escrevendo aqui nessa coluna, procurando transmitir a simplicidade dos elementos e como eles gostam de estar conosco. Não vejo esse trabalho como um fardo, nem como uma mina de ouro, porque há um fundamento divino que nos ampara.
E se podemos falar das ervas, conquistamos isso com o coração. Com a essência de quem realmente vive isso em seu dia a dia, nos jardim, nos cursos, no terreiro.
Que fale sobre ervas quem vive as ervas, quem as trata com o devido respeito e carinho, pois se não sabem, há um sistema reativo em toda a natureza, que é implacável com todos aqueles que querem apenas usufruir no meio humano, das benção divinas que são manifestadas na natureza.
Se você sentiu algo em seu espírito ao ler essas linhas, é porque você é poderoso candidato a ter uma maravilhosa experiência com os elementos da natureza em um dos nossos grupos de estudo sobre as ervas. Vença a distância, o cansaço e a preguiça e traga ao seu espírito algo que ninguém pode tirar de você: o conhecimento.
Falta coragem, então busque nas próprias ervas a inspiração para aprender. Tome um bom banho de limpeza e equilibrio (arruda, casca de alho, pinhão roxo, eucalipto, hortelã, manjericão e sálvia) antes de dormir, acenda uma vela verde, ofereça a Pai Criador, Mãe Natureza, os Sagrados Orixás Oxóssi e Obá – o Trono do Conhecimento, às Forças Vivas de Jurema, e peça inspiração, força e proteção para trilhar esse caminho sagrado.
Se pretende administrar sua vida, é preciso coragem. Há pessoas que vivem por viver, porque foram colocadas no mundo. Nada as estimula nada as atrai. São pessoas sem graça, parece que lhes falta o sopro da vida. Não seja uma delas. Reaja, lute, trace seus ideais, pois só é digno de viver aqueles que lutam por eles.Faça da sua vida única. Na verdade você não sabe se terá outras oportunidades. Descubra seus talentos e realize seus sonhos.
Não tema pois o conhecimento é para todos. Todos podemos despertar os poderes das ervas com amor e bom senso. Faça parte disso, venha tornar seu mundo melhor e beneficiar a si mesmo e ao semelhante. Há novas turmas sendo formadas, não perca essa oportunidade.
Bençãos de Mamãe Natureza! Sucesso e muita alegria a todos, muito obrigado, muito obrigado, muito obrigado!
Por Adriano Camargo - O Erveiro
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