Fé Racional

"Em lugar da fé cega que anula a liberdade de pensar, ele diz: Não há fé inquebrantável senão aquela que pode olhar a razão face a face em todas as épocas da Humanidade. À fé é necessária uma base, e essa base é a inteligência perfeita daquilo que se deve crer; para crer não basta ver, é necessário, sobretudo, compreender. A fé cega não é mais deste século; ora, é precisamente o dogma da fé cega que faz hoje o maior número de incrédulos, porque ela quer se impor e exige a adição de uma das mais preciosas faculdades do homem: o raciocínio e o livre arbítrio." (O Evangelho Segundo o Espiritismo.)

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A Umbanda não é responsável pelos absurdos praticados em seu nome, assim como Jesus Cristo não é responsável pelos absurdos que foram e que são praticados em Seu nome e em nome de seu Evangelho. Caboclo Índio Tupinambá.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O Perdão





Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: "Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?"
Jesus respondeu: "Eu digo a você: Não até sete, mas até setenta vezes sete.”
(Mateus 18:21-22)
 

Perdoar é uma das atitudes mais difíceis para a maioria dos seres humanos. Geralmente quando alguém nos impõe alguma ofensa, traição, decepção ou mágoa, tendemos a passar muito tempo remoendo estes sentimentos e revivendo o momento em que eles nos foram causados.

Isto ocorre por duas razões principais: a primeira delas é que vivemos o tempo todo sob o domínio do ego e é ele quem nos faz cultivar sentimentos como a rejeição, o amor-próprio ferido, a baixa auto-estima que, geralmente, trazem como resultado outras tantas emoções negativas como a raiva, o desejo de vingança, o orgulho.

A segunda razão que torna difícil o perdão é uma conseqüência da primeira. Ou seja, passamos a viver no passado, lembrando o tempo todo da atitude negativa do outro e culpando-o por nossos problemas e infelicidades.

Existem situações em que o exercer o perdão é de fato um grande desafio, pois a gravidade da ofensa e do sofrimento que nos impingiram é muito grande. Porém, uma atitude mental que facilita o exercício do perdão é pensarmos que os seres humanos são espíritos em evolução e que, portanto, aquele que nos magoou o fez por não ter ainda a consciência da responsabilidade espiritual de cada atitude que tomamos, e por estar sob o domínio total do eu inferior, o lado obscuro que habita em todos nós.

Perdoar é uma atitude altamente saudável e libertadora, acima de tudo para nós mesmos. Ao fazê-lo, sentimos uma enorme sensação de alívio, como se nos livrássemos de um grande peso. E, ao mesmo tempo, rompemos a amarra que nos mantém presos ao passado e àquele que nos magoou. Muitas pessoas acabam se curando de doenças físicas graças a esse processo já que algumas doenças físicas estão diretamente relacionadas com a raiva e o ressentimento.

Praticar o perdão é também um excelente exercício de humildade, pois para fazê-lo, é necessário transcender o ego, que todo o tempo tenta nos convencer de que perdoar é um ato de fraqueza, uma atitude de quem não possui amor-próprio.

Por mais estranho que pareça, é exatamente o contrário. Perdoar é um ato de grandeza, direcionado pelo que há de melhor em nós. É nossa sabedoria interior, a porção divina que habita em cada ser humano que nos ajuda a vencer a resistência ao perdão. Mas, para isso, é preciso que nos conectemos com essa energia e deixemos que ela seja o nosso guia.

Mesmo que seja difícil perdoar alguém pessoalmente podemos fazer um exercício de meditação, visualizando a pessoa e mantendo com ela um diálogo imaginário, onde expressamos nosso perdão.

Este exercício será muito benéfico para que limpemos nosso coração da mágoa acumulada e, ao mesmo tempo, libertemos a pessoa em questão, uma vez que ao cultivarmos a mágoa, a mantemos energeticamente presa a nós pela força do pensamento.

Ao realizar esse processo pela primeira vez, é natural que não experimentemos uma sensação de alívio nem de libertação, dependendo do grau de importância que a pessoa tem para nós. A princípio pode ser necessário extravasar nossa mágoa e nossa raiva através do choro ou até mesmo esmurrando um travesseiro ou almofada.

O importante é liberar as emoções negativas acumuladas, deixá-las partir e desligar-se de nós em definitivo. Outro ponto essencial é não forçar nada antes que o sentimento de aceitação do perdão seja realmente verdadeiro em nós. Podemos continuar repetindo o processo periodicamente até que o problema seja solucionado em definitivo e nossas mágoas sejam transmutadas em paz e felicidade.

Por Elisabeth Cavalcante

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