Na Umbanda não há preconceitos nem orgulho. Aprendemos com quem mais sabe e ensinamos aqueles que sabem menos.
Fé Racional
"Em lugar da fé cega que anula a liberdade de pensar, ele diz: Não há fé inquebrantável senão aquela que pode olhar a razão face a face em todas as épocas da Humanidade. À fé é necessária uma base, e essa base é a inteligência perfeita daquilo que se deve crer; para crer não basta ver, é necessário, sobretudo, compreender. A fé cega não é mais deste século; ora, é precisamente o dogma da fé cega que faz hoje o maior número de incrédulos, porque ela quer se impor e exige a adição de uma das mais preciosas faculdades do homem: o raciocínio e o livre arbítrio." (O Evangelho Segundo o Espiritismo.)
A Umbanda não é responsável pelos absurdos praticados em seu nome, assim como Jesus Cristo não é responsável pelos absurdos que foram e que são praticados em Seu nome e em nome de seu Evangelho. Caboclo Índio Tupinambá.
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Hoje é Dia de Obaluaê na Umbanda - Dia de São Roque - Dia 16 de Agosto
São Roque
Protetor contra pestes e epidemias
Dia 16 de agosto
Sincretismo: Obaluaê
“... Olho para direita e vejo: não há
ninguém que cuide de mim. Não existe para mim um refúgio ninguém que se
interesse pela minha vida, eu vos chamo Senhor, vós sois meu refúgio, sois meu
quinhão na terra dos vivos. Atendei o meu clamor...” (Salmo 141, 5-7)
Montpellier, na França, foi no ano de 1295,
cenário e berço do nascimento de um de seus mais ilustres filhos; Roque! O
nobre Fidalgo João e sua esposa Libéria, aguardavam com ansiedade a chegada
dessa criança, era afinal, uma benção desejada.
Roque foi levado a pia Batismal, já nos primeiros
dias de vida; sua mãe Libéria, era mulher virtuosa, mulher de fé e piedosa, que
via naquele frágil bebê, um sinal de amor de Deus.
O pequeno Roque teve uma educação primorosa,
estudou nos melhores colégios e herdou de sua mãe os mais vivos sentimentos de
fé, e vida de oração.
Quando completou vinte anos, foi duramente provado
com a morte repentina de seus pais, vendo-se sozinho e com uma herança
invejável, sentiu em seu coração um forte apelo ao despojamento. Dispos de
todos os seus bens móveis em favor dos mais necessitados e os imóveis foram
entregues aos cuidados de seu tio; Roque em condições de pobre peregrino,
dirigiu-se a Roma.
Quando Roque chegou a Aguapendente, na Toscana, um
terrível epidemia (Peste Negra) se alastrava, e nosso jovem peregrino
ofereceu-se prontamente para tratar dos doentes que lotavam as enfermarias dos
hospitais.
De Aguapendente seguiu para Caesena e Rimini, por
toda parte onde chegava o jovem Roque, via-se desaparecer a terrível epidemia,
como que a fugir do Santo.
Foi em Roma que a caridade de Roque achou um novo
campo de ação, dedicando-se durante 3 anos, ao tratamento dos pobres e
abandonados doentes. Depois voltou aos lugares onde já tinha estado, e seu zêlo
escolhia entre os mais doentes, mais abonados, sempre nutrindo o desejo ardente
de poder oferecer a Deus o sacrifício da vida.
Por vária vezes foi provado pela doença e em todas,
o Senhor conservou-lhe a vida, no que todos reconheceram uma especial proteção
Divina.
Na Itália, Roque conheceu o carisma franciscano e
fez votos na Ordem Terceira, como irmão penitente.
Restabelecidas as forças, Roque seguiu para
Piacenza, onde a Peste dizimava a população. Com uma abnegação, que lhe era
peculiar, dedicou-se ao serviço de enfermeiro no hospital, sendo também
atingido pelo terrível mal. Após um sono profundo, foi acometido duma febre
violenta e atormentado por uma dor fortíssima na perna esquerda, causando-lhe
uma terrivel chaga.
Roque aceitou a doença, como uma Graça Divina, as
dores chegaram, porém, a tal ponto que fizeram chorar e gritar continuamente.
Em pouco tempo, Roque, viu-se abandonado e
desprezado por todos, decidiu em seu coração, não se tornar um peso para
ninguém. Com muito custo arrastou-se até um bosque e lá acomodou-se em uma
cabana abandonada.
Confiando no Senhor e entregando-se a sua Divina
Providência, Roque experimentou o amor de Deus, que todos os dias enviava um
cão para alimentá-lo, trazendo um pão tirado da mesa do Fidalgo Gottardo.
Certa manhã Gottardo, observando as atitudes do
cão, resolveu segui-lo e qual não foi sua surpresa ao encontra-lo na choupana
em companhia de Roque. Assim todos descobriram o paradeiro do Santo.
Gottardo ficou algum tempo em companhia de Roque e
este, sentindo-se restabelecido de sua forças decidiu voltar para sua terra
natal.
A França, por aquele tempo, estava em guerra, e
assim se explica que Roque, lá chegando fosse tomado por espião.
O sofrimento e a dor tinham deixado marcas
significativas em seu rosto, em seu corpo, que até o próprio Tio, que era o
juiz da cidade, não o reconheceu e condenou-o à prisão.
Toda essa humilhação, Roque aceitou sem protesto
algum, e todas as injustiças sofridas, ofereceu por amor a Jesus e pela
conversão dos pecadores.
Por cinco anos permanceu encarcerado sem que
ninguém o reconhecesse foi acometido por uma grave e terminal enfermidade, lá
no cárcere recebeu os Santos Sacramentos.
Confessou sua identidade ao Sacerdote, exalava de
seu corpo um suave perfume de santidade que se espalhou por todo o presídio,
Roque com seus 32 anos, entregou sua santa alma ao Senhor humilde e silenciosamente,
era o ano de 1327.
(O primeiro milagre póstumo que lhe é atribuido
foi a cura do seu carceireiro, que se chamava Justino e era manco de uma perna.
Ao tocar no corpo de Roque, para verificar se estaria morto realemente,
sentindo algo estranho percebeu sua perna milagrosamente curada).
Seu sepultamento, foi marcado por muitas honras e
grandes milagres, agora reconhecido com nobre filho de Montpelier. Tempos mais
tarde seus restos mortais foram transladados para Veneza, onde seus devotos lhe
erigiram um belo templo.
Assegura-se que por intercessão de São Roque,
muitas cidades foram poupadas da peste, entre elas Constança, na ocasião em que
dentro dos muros se lhe reunia o grande concílio, em 1414.
Para alcançar a vida eterna é necessária a prática
da virtude. Em São Roque temos o modelo de homem virtuoso de fato.
Os Santos são setas que nos indicam o caminho que
é Jesus, a verdade de Jesus e a vida que está em Jesus.
Oração
a São Roque
São Roque, que vos dedicastes com todo o amor aos doentes contagiados pela
peste, embora também a tenhais contraído, daí-nos paciência no sofrimento e na
dor.
São Roque, protegei não só a mim, mas
também aos meus irmãos e irmãs, livrando-nos das doenças infecciosas.
Enquanto eu estiver em condições de me
dedicar aos meus irmãos, proponho-me ajuda-los em suas reais necessidades,
aliviando um pouco o seu sofrimento.
São Roque, abençoai os médicos,
fortalecei os enfermeiros e atendentes dos hospitais e defendei a todos da
doenças e do perigos. Amém.
Hoje é Dia do nosso Pai Obaluaê - Evolução
Evoluir
significa crescer, aprimorar, lapidar, transformar, crescer mentalmente, passar
de um estágio a outro, ascender em uma linha de vida de forma contínua e
estável. Significa uma renovação contínua do ser, uma reposição constante de
valores, deixando para trás conhecimentos ultrapassados, hábitos e costumes
inadequados, atitudes e posturas velhas e decadentes. Significa procurar
continuamente o movimento e a estabilidade em nossas vidas. Pai Obaluaê é o
orixá que desperta em cada um de nós a vontade irresistível de seguir adiante,
de alcançar um nível de vida superior, para chegar mais perto de Deus. Ele é o
orixá do bem estar, da busca de melhores dias, de melhores condições de vida,
de sabedoria e de razão. A evolução costuma
ser representada por uma espiral
ascendente de progresso, por onde todos nós caminhamos.
Podemos, por vezes, ficar parados em algum lugar dessa espiral, o que significa
uma perda de tempo precioso. Podemos até escorregar para trás - perda ainda
maior de tempo e trabalho- mas, continuamos sempre. Não há como escapar ao
processo evolutivo. A evolução é uma situação pessoal. Ninguém evolui no lugar
do outro ou pelo outro. E o mais importante é que ninguém evolui de forma
isolada; ninguém evolui sozinho. O próprio universo é um fantástico
entrelaçamento de forças e formas. Todos nós temos em nosso interior um
potencial de incrível poder transformador e, junto da evolução pessoal, devemos
desenvolver ações amorosas e engrandecedoras, apoiadas no sentimento do
verdadeiro perdão. Precisamos eliminar os bloqueios que atrapalham nossa
evolução, dedicando diariamente alguns minutos, para perdoar as pessoas que, de
alguma forma, nos ofenderam, prejudicaram, rejeitaram, odiaram, abandonaram,
traíram, ridicularizaram, humilharam, amedrontaram, iludiram ou causaram
dificuldades. É necessário perdoar, especialmente, aqueles que nos provocaram,
até que perdêssemos a paciência e reagíssemos violentamente, sentindo, depois,
vergonha, remorso e culpa. Sabemos que, por várias vezes, fomos responsáveis
pelas agressões recebidas, pois confiamos em pessoas negativas e permitimos que
elas descarregassem sobre nós o seu mau caráter. Outras vezes, suportamos maus
tratos e humilhações, perdendo tempo e energia na inútil tentativa de conseguir
um bom relacionamento com elas. Devemos, também, pedir perdão a todas as
pessoas a quem, de alguma forma, consciente ou inconscientemente, ofendemos,
injuriamos, prejudicamos ou desagradamos. Só assim poderemos estar livres da
necessidade compulsiva de sofrer e conviver com indivíduos e ambientes
doentios. Vamos, a partir de agora, sob o amparo de nosso pai Obaluaê, iniciar
uma nova etapa de nossas vidas, em companhia de pessoas amigas, sadias e
competentes, compartilhando sentimentos nobres, enquanto trabalhamos pelo progresso
e evolução de todos.
Salve
Pai Obaluaê, orixá do perdão, da cura, das passagens e de todas as transformações!
Obaluaê
é o orixá que atua na evolução dos seres. "Pai Olorum, que tudo cria e
tudo gera, criou as qualidades de estabilidade e evolução. Sem
estabilidade nada se sustenta e sem transmutação tudo fica parado. A
estabilidade proporciona o meio ideal para os seres viverem e na mobilidade são
gerados os recursos para que eles evoluam.
Pai
Obaluaê é a divindade que representa essa qualidade dupla, pois tanto
sustenta cada coisa no seu lugar como conduz cada uma a ele. Ele está no
próprio Universo, na sustentação dos astros e no movimento da mecânica celeste.
Sua irradiação, aceleradora da vida, dos níveis e dos processos genéticos,
desperta nos seres a vontade de seguir em frente e evoluir. Obaluaê é o Pai
que, juntamente com Mãe Nanã, sinaliza as passagens de um estágio de evolução a
outro. Ambos são orixás terra-água; têm magnetismo misto, pois na terra está a
estabilidade e na água a mobilidade. Enquanto Mãe Nanã decanta os espíritos que
irão reencarnar, Pai Obaluaê estabelece o cordão energético que une o espírito
ao corpo (feto) e reduz o corpo plasmático do espírito, até que fique do
tamanho do corpo carnal alojado no útero materno. Pai Obaluaê é o "Senhor
das Passagens" de um plano a outro, de uma dimensão a outra, do espírito
para a carne e vice-versa. É o orixá da cura, do bem-estar e da busca de
melhores condições de vida. Na Umbanda, esse Pai é evocado como senhor das
almas, dos meios aceleradores de sua evolução. Quando um ser natural de Obaluaê
baixa num médium e gira no Templo, todos sentem uma serenidade e um bem estar
imenso, pois ele traz em si a estabilidade, a calmaria e a vontade de avançar,
de ir para mais perto de Deus. Esse Pai rege a linha das almas ou corrente dos
pretos velhos, que traz a natureza medicinal de Obaluaê, orixá curador. Muitos
têm sido curados, após clamarem por sua interseção. Os pretos velhos nos
transmitem paz, confiança, esperança e bem-estar.Os pontos de forças regidos
por Pai Obaluaê, no acima, são os cemitérios ou campos santos, lugares sagrados
para os povos de todas as culturas. São os pontos de transição do espírito,
quando deixa a matéria e passa para o plano espiritual.
Fonte:
Manual Doutrinário, Ritualístico e
Comportamental Umbandista Lurdes de Campos Vieira (Coord.) – Madras Ed.
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