Caros irmãos, no texto de hoje gostaria de falar,
de forma bem breve, sobre um conceito muito falado em nosso Blog – que Umbanda
é movimento – e as implicações desta idéia em nossas giras.
Umbanda é regida ao som da música, esta que é o
mantra tão necessário para nossos trabalhos espirituais. É através desta que é
trabalhada a vibração e energia, além de trazer grande alegria que, para
muitos, é um dos principais charmes da Umbanda.
Como todos sabem, toda a gira contem médiuns
encarregados em trabalhar nessa função de extrema importância, a de
executar e direcionar esse trabalho musical – os Ogans e os Sambas. Porém,
embora a responsabilidade desta tarefa seja deles, a corrente não fica totalmente
isenta. Para existir um bom trabalho, com bastante energia, se vê necessária a
participação de toda a corrente. Para podermos entender melhor o que quero
dizer, vou fazer um pequeno desvio para falar sobre as várias funções que
podem, a cada momento, estar sendo executadas durante uma gira.
Temos os médiuns que estão trabalhando
incorporados, seja no toco ou no meio. Temos também os médiuns que dão suporte
às entidades e a seus consulentes, os cambones. Existe os capitães e pais/mães
pequenos que, quando não incorporados, estão assiduamente trabalhando para
manter a gira em ordem, assim como providenciar assistência a eventuais
necessidades de entidades, consulentes e médiuns. Finalmente, os Sambas e Ogans
que estão trabalhando com as energias através da música.
Sobra sempre, então, uma parte de
médiuns que não estão executando as funções citadas acima. Alguns podem não
saber o que fazer, ou mesmo acreditam que não existe o que fazer. Porém, pensar
dessa forma seria uma falácia, pois existe um trabalho muitíssimo importante a
ser executado – o de segurar a corrente e doar energia para os trabalhos. Isso
exige uma grande concentração por parte desses médiuns.
Agora, eu entendo que, para muitos, manter um
nível alto de concentração possa ser difícil (principalmente em períodos de
tempo mais longos. Eu admito ter dificuldade com isso também). Porém, essa
concentração é necessária para nossos trabalhos durante a gira, e portanto é
importante nos treinarmos a conseguir mantê-la. E isso não significa fechar os olhos,
e ficar pensando “não posso pensar em nada não posso pensar em nada” como um
mantra, pois isso não é estar concentrado no trabalho, é estar concentrado em
não pensar. Nossa mentes não foram feitas para parar de funcionar totalmente e
focar apenas em uma coisa por vez, afinal biologicamente falando, nosso cérebro
é multi-tarefa por natureza.
Uma forma bem interessante de conseguir atingir
essa concentração, é através da própria música da Umbanda. Cantando os pontos,
batendo palma, dançando ao som dos atabaques – tudo isso ajuda o médium a
entrar no estado mental do que está fazendo. Se deixando contagiar, então, por
essa energia musical, o médium entra em sintonia vibratória com a corrente, as
entidades e a energia dos trabalhos realizados.
Por Daniel Alves
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