Leonardo da Vinci, que era um iniciado, decidiu imortalizar através da pintura toda a
simbologia astrológica e numerológica contida nos ensinamentos do cristianismo
esotérico, deixando este registro no quadro A Última Ceia, onde cada um dos 12
apóstolos corresponde a cada um dos doze signos astrológicos. Ele
esquematizou a disposição dos apóstolos de acordo com a posição astronômica, da
direita para a esquerda de quem vê o quadro.
Portanto, quem está na cabeceira da mesa é Simão, que corresponde
ao signo de Áries. Signo de fogo e de ação, Simão indica com as mãos a
direção a tomar. Áries rege a cabeça na anatomia astrológica, e a testa de
Simão é bem realçada na pintura. Sua prontidão ariana também é mostrada pelas
mãos desembaraçadas, para agirem conforme a vontade e coragem cardeal
de Áries.
Ao seu lado, está Judas Tadeu, o Taurino. Seu semblante é
sereno enquanto escuta Simão (Áries/cérebro) vai digerindo lentamente suas
impressões, acolhendo-as com uma das mãos, revelando a possessividade de Touro
(que é terra/receptivo). No corpo humano, Touro rege o pescoço e a garganta, e
o de Judas Tadeu está bem destacado.
Mateus vem em
seguida, correspondendo à Gêmeos, signo duplo que necessita de interação
com as pessoas e de colher informações. Mateus tem as mãos dispostas para um
lado e o rosto para o outro, revelando a dinâmica geminiana de querer falar e
ouvir à todos ao mesmo tempo.
Mateus era repórter e historiador da vida de Jesus, e Gêmeos rege a casa III,
setor de comunicação e conhecimento.
Logo após está Filipe, o Canceriano. Suas mãos em direção
ao peito mostram a tendência canceriana para acolher, proteger e cuidar das
coisas. Regido pela Lua, Câncer trabalha com o sentir; Filipe está inclinado,
como se estivesse se oferecendo para alguma tarefa.
Ao seu lado está Tiago Menor, o Leonino, de braços abertos,
revelando nesse gesto largo o poder de irradiar amor (Leão rege o coração e o
chacra cardíaco), ele se impõe nesse gesto confiante, centralizando atenções.
Atrás dele, quase que escondido, está Tomé, o Virginiano,
que, apesar de modesto, não deixa de expressar o lado crítico e inquisitivo de
Virgem com o dedo em riste ele contesta diante de Cristo; foi Tomé quem quis o
ver para crer.
Libra é
simbolizado por João, o discípulo amado de Jesus. Com as mãos
entrelaçadas, ele pondera e considera todas as opiniões antes de tomar posições
- Libra rege a casa VII, é o setor do outro e isso requer imparcialidade e
diplomacia.
Ao seu lado, está Judas Iscariotes, representando Escorpião.
Com uma das mãos ele segura um saco de dinheiro, pois era o organizador das
finanças da comunidade dos apóstolos (Escorpião rege a casa VIII, que trata dos
bens e valores dos outros) e com a outra mão ele bate na mesa, protestando.
Sagitário é
representado por Pedro, o Pescador de Almas. Foi ele quem fez o dogma e
instituiu a lei da Igreja. Sagitário rege a casa IX, setor das leis, religiões
e filosofia. Seu dedo aponta para Jesus a meta de Sagitário é espiritual
e na outra mão ele segura uma faca, representando o lado instintivo nos
homens. Ele se eleva entre outros dois apóstolos, trazendo esclarecimentos
(luz) à discussão.
Ao seu lado está André, que representa Capricórnio.
Conhecedor das responsabilidades, com seu gesto restritivo impõe limites. Seu
rosto magro e ossos salientes revelam o biotipo capricorniano. Seus cabelos e
barbas brancas e seu semblante sério mostram a relação de Capricórnio com o
tempo e a sabedoria. Os temores de André são apaziguados por;
Tiago Maior, Aquariano,
que debruça uma de suas mãos sobre seus ombros, num gesto amigável, enquanto a
outra se estende aos demais. Ele visualiza o conjunto, percebendo ali o
trabalho em grupo liderado pelo Mestre. Aquário rege a casa XI, que é o setor
dos grupos, amigos e esperanças.
O último da mesa é Bartolomeu, que representa Peixes. Seus
pés estão em destaque (que são regidos por Peixes na anatomia astrológica). Ele
parece absorvido pelo que acontece à mesa, e, com as mãos apoiadas, quase
debruçado, revela devoção envolvido pelo clima desse último encontro entre os
apóstolos e Jesus Cristo, já que numa determinada hora as coisas ficaram um
pouco confusas, pois Jesus revelou que "a mão do que me trai está comigo à
mesa".
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