No meio espírita é muito conhecida a idéia da necessidade da promoção da reforma íntima. Ela é considerada o instrumento que leva o ser humanizado à elevação espiritual. Mas, como podemos compreender a reforma íntima dentro da visão universalista? Vamos conversar sobre isso...
Para poder se conhecer algum processo é preciso três procedimentos. Primeiro, saber o que é que se está fazendo; segundo, se conhecer qual o objetivo a ser alcançado; terceiro, conhecer o método para realizar o que é proposto. Vamos aplicar estes três procedimentos à reforma íntima para conhecê-la melhor.
O que é reforma íntima?
Como o próprio nome diz, trata-se de uma reforma do interior do objeto a ser reformado. Sendo neste caso o objeto a ser reformado o próprio ser humanizado, podemos dizer que promover a reforma íntima é mudar o interior de este ser. Qual o interior do ser humanizado? O seu mundo mental e sentimental...
A partir disso, portanto, posso compreender que a reforma íntima nada mais é do que uma reformulação que cada ser humanizado precisa fazer no seu mundo mental e sentimental.
Sendo isso verdade, a primeira coisa que salta os olhos é que o processo de reforma íntima não passa pelo mundo externo, ou seja, pelas ações que o ser humanizado vivencia como agente ou receptor dela. Se assim fosse, seria uma reforma externa e não íntima...
O que se espera da reforma íntima, ou o que se busca com ela?
Como dissemos no início desta conversa, reforma íntima é o processo pelo qual o ser humanizado pode alcançar a elevação espiritual. Mas, o que é elevação espiritual? Para entendermos isto vamos recorrer ao Espírito da Verdade...
‘Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. A cada um deu determinada missão com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade para aproximá-los de si. Nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade’. (O Livro dos Espíritos – pergunta 115).
Se o espírito ao alcançar a perfeição (a elevação espiritual) encontra a pura e eterna felicidade, podemos afirmar sem medo de errar que o ser elevado é aquele que é feliz. Mas não se trata de uma felicidade corriqueira como a conhecida pelos seres humanizados, mas da pura e eterna felicidade. O que quer dizer isso?
A felicidade conhecida pelos seres humanizados não é pura nem eterna. Ela é um estado de espírito que decorre quando os seus interesses individuais, que são sempre fundamentados no egoísmo, são atendidos e que tem uma duração efêmera, ou seja, existe apenas enquanto são satisfeitos os interesses individuais do ser humanizado.
A felicidade que surge quando o ser atinge a perfeição é pura, ou seja, não maculada pela vontade individual. Ou seja, ela existe não importando se os acontecimentos estão de acordo com os anseios individuais de cada ser. Ela existe independente do querer de cada um ser atendido ou não.
A felicidade que o ser que alcança a perfeição sente é eterna, ou seja, jamais se extingue. Ou seja, ela não existe apenas em determinados momentos, mas está sempre presente na existência do ser elevado.
Conhecido, então, o objetivo a ser alcançado com a reforma íntima, podemos dizer que: o processo de reforma íntima se caracteriza por uma reforma no íntimo (mental e sentimental) de cada ser humanizado que tem como objetivo alcançar a pura e eterna felicidade...
Qual o trabalho a ser realizado para se promover a reforma íntima?
Entendido o que é reforma íntima e qual o objetivo a ser alcançado através dela, podemos, então, compreender o trabalho que precisa ser feito para que ela tenha sucesso: cada ser humanizado reformar o seu íntimo (mental e sentimental) para que ele vivencie a felicidade. Como se faz isso?
Primeiro: alterando tudo que causa sofrimento...
Se o objetivo a ser alcançado é a felicidade e se o sofrimento é antagônico a ela, temos que eliminá-lo. Para isso, é preciso libertar-se de tudo aquilo que no mental ou sentimental denote sofrimento: pena, raiva, ódio, pensamentos negativos, medos, etc.
Segundo: alterando tudo que causa a felicidade egoísta e temporária...
Se a felicidade do ser elevado é pura e eterna – esta felicidade foi chamada pelo Cristo de Bem-Aventurança – é preciso que no seu processo de reforma também sem altere tanto no mental como no sentimental aquilo que conduza à felicidade egoísta e temporária: prazer, felicidade condicionada, certo, bonito, limpo, etc.
Agora juntando tudo podemos por fim ter uma definição do tema que estamos conversando: reforma íntima é o processo que o ser humanizado utiliza para alcançar a felicidade pura e eterna. Ele se consiste na mudança do mundo mental e sentimental, libertando-se das criações deste mundo que levam o ser à vivência do sofrimento ou da felicidade egoísta e temporária.
Fonte: http://www.meeu.com.br/
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